terça-feira, 15 de setembro de 2015

Cabo Verde - Ilha do Sal


Aterrei na Ilha do Sal perto das 23:00 de dia 27 de Dezembro de 2014, saímos de Lisboa com um clima frio, seco e gélido e aterramos quase que numa sauna, recordo agora o aterrar no aeroporto Amílcar Cabral, sair do avião e percorrer a pé um pequeno percurso até entrar dentro das instalações do aeroporto e ver turistas e nativos com roupa de verão (calções, chinelos, t-shirt) impensável para mim viajar assim de Lisboa, mas bem, aos poucos e timidamente lá fui tirando umas peças de roupa, já que viajei com um casaco de lã e cachecol. É certo que antes de viajar fiz uma ligeira pesquisa sobre o país e clima que me esperava, mas pelo sim pelo não optei por levar mais roupa aconchegante, hoje a agora penso que foi uma estupidez, muita nem chegou a sair da mala.

Pois bem, falando em Cabo Verde, apesar de ir em trabalho deu para aproveitar e desfrutar bastante do que esta ilha tem para oferecer. Historicamente a Ilha do Sal foi descoberta pelo navegador Português Diogo Afonso e pelo Genovês Antonio di Noli em 1460, inicialmente chamada de Llana, e mais tarde Sal devido ao recurso natural da Ilha, o Sal. A primeira zona a ser explorada foi Pedra Lume, uma salina localizada na cratera de um extinto vulcão. Devido à exploração intensiva das salinas foram atraídas pessoas de outras ilhas em busca de trabalho povoando assim a ilha. Nos dias de hoje continua a ser extraído o sal mas apenas para consumo local, tendo os turistas oportunidade de visitá-la e contemplá-la no seu máximo esplendor, banhando-se nas suas águas e contemplando a vista quer do seu cume quer do seu interior.


Das 10 Ilhas que formam o arquipélago de Cabo Verde (9 povoadas), Sal é uma das menos povoadas mas mais turística, a ilha apresenta uma paisagem quase sem vegetação, em certos pontos da ilha faz-nos lembrar mesmo o deserto do Saara (ah sem esquecer que existe muito frequentemente tempestades de areia vindas do Saara), clima ameno todo o ano, apenas dois meses de inverno, se bem que o inverno não é rigoroso, apesar de rodeada por água, este bem torna-se escasso e precioso.
De outras ilhas e continentes atracam diariamente barcos com alimentos, visto que na ilha pouco ou nada se produz.


O que ressalta na ilha do Sal é o seu mar de cor turquesa, águas límpidas ideais para a prática de desportos, como por exemplo o mergulho que é bastante praticado na ilha. A pesca continua a ser a principal fonte de sustento de muitas famílias.



O seu povo é simpático e hospitaleiro, abordam os turistas nas ruas pedindo-lhes que visitem o seu espaço comercial, barracas improvisadas na rua ou pequenas divisões de suas casas transformadas em lojas de merchandising, é quase impossível não resistir, peças artesanais em pau preto, quadros pintados à mão e com recurso à areia, colares, pulseiras “No Stress” lema de Cabo Verde, é impossível não comprar nada. De salientar também a facilidade de comunicação, tendo em conta o mercado receptor os cabo-verdianos falam e tem apetência para bastantes idiomas. 

Quanto ás compras, a moeda local é o escudo cabo-verdiano mas o Euro é aceite em quase todo o lado. 









quinta-feira, 9 de abril de 2015


Monselice - Itália

Um pequeno Tesouro escondido no Norte de Itália

De todos os lugares que tive oportunidade de visitar em Itália, houve um que ainda hoje me deixou infindáveis memórias. De seu nome Monselice, pequena vila situada a 30 minutos da cidade de Padova. Os vestígios encontrados indicam-nos que esta vila remonta ao tempo neolítico, segue-se a época do bronze e mais tarde ocupada durante o período Romano, nessa altura Monselice era considerada uma importante fortaleza militar e o centro administrativo de um amplo território situado entre o Rio Adige e as Colinas Euganeas.
Mal saí do comboio tive uma agradável sensação de bem-estar e isso verificou-se durante toda a visita a este lugar.
 Vila de Monselice
Fonte: http://monseliceitalia.blogspot.pt/2013/08/la-rocca-attorno-alla-fine-dell800.html


Saindo da Estação de Comboio em busca do centro passamos pela ponte sobre o Canale Bisatto encontramos a Piazza Mazzini, com a sua Torre do Relógio é aqui que encontramos o Posto de Turismo. Quem nos atende é suficientemente cordial procurando saber a nacionalidade dos turistas e até nos faz um circuito através do mapa na língua vizinha, o espanhol.
De mapa na mão, a poucos metros à frente encontramos o Castello di Monselice Cini , um dos ex-libris da Vila. Aberto de Terça a Domingo realiza 6 visitas guiadas diárias, sem inscrição prévia, apenas mediante o pagamento do bilhete de entrada 5€ estudantes, 8€ preço normal. Devo dizer que cada cêntimo foi o dinheiro mais bem entregue que dei em entradas deste género. Uma guia bastante culta, paciente e atenta, percorremos cada sala do castelo. Lá dentro um espólio incalculável e valioso que apenas pode ser vislumbrado, não sendo permitido tirar qualquer fotografia.
Pois bem, este magnifico castelo remonta ao século XI com uso apenas para ocupação senhorial, dividido em quatro núcleos principais, a CASA ROMANICA (sec. XI) e o seu CASTELLETTO (séc.XII) zonas habitáveis formam a parte mais antiga.
A TORRE EZZELINIANA (séc. XIII) a chama Torre de Menagem com funções defensivas, formam o segundo núcleo.
Mais tarde no século XV o Castelo é adquirido por uma família da Aristocracia Veneziana de seu nome Marcello, iniciasse então a construção de um Palácio utilizando a estrutura do Castelo, constrói uma Biblioteca (séc. XVI) e a capela privada da família. Com o fim da republica de Veneza no fim do século XVIII, o castelo assiste um lento e progressivo declínio, passando de mão em mão a famílias locais. Cai em desgraça durante a I Guerra Mundial em que é usado para fins militares e auxilio à guerra é por fim abandonado no ano 1919 saqueado de todos os seus tesouros.
Felizmente 16 anos mais tarde é adquirido pelo Conde Vittorio Cini, um homem bastante culto e com gosto refinado, começa então a busca por objectos que possam devolver e embelezar o Castelo, trazendo assim à memória os tempos áureos. Revestiu o Castelo de móveis, tapeçarias, pinturas, cerâmicas, instrumentos musicais, armamentos, ... devolvendo ao castelo os tempos medievais e renascentistas que o caracterizavam. Actualmente é propriedade da Região de Veneto.
É um castelo majestoso, sublime, pitoresco. Um autentico conto de fadas.
Mas a vila tem mais para oferecer... seguindo caminho pela via Sette Chiese, logo após a Chiesa Duomo Vechio encontramos um miradouro de fazer as delicias. É tempo para refrescar, merendar e apreciar a vista sobre a vila antes de retomar novamente a caminhada em direção ao Santuário e Igreja di San Giorgio.
Entrando na Porta Romana ou Porta Santa, arco construído 1651, encontramos pouco a pouco seis capelas construídas entre 1605 e 1615. Foi em 1605 que o Papa Paulo V concede a Indulgência plenária do Santuário, tornando-se num caminho de peregrinação para muitos devotos. No interior destas capelas podemos encontrar pinturas de um famoso pintor de veneza Jacopo Palma. 
Por fim, o nosso percurso termina na Igreja de San Giorgio, no seu interior encontram-se 27 corpos santos, 25 restos mortais provenientes das catacumbas de Roma. Três ainda eram crianças, San Costantino e San Rusticiano mortos aos 5 anos de Idade e Santa Chiara morta em tenra idade. Podem ser vistos, já que se encontram em sumptuosos armários vidrados, juntamente com outras relíquias.
Canale Bisatto
                                       
Torre Civica


Piazza Mazzini

Castelo de Monselice Cini

Jardim do Castelo

Vista sobre Monselice
Porta Romana